Major responsável por operação equipara produto a explosivos e pedras.
Pessoas que portam vinagre não são detidas, mas têm material apreendido.
A Polícia Militar tem reprimido o uso de vinagre nos protestos pelas ruas de Campinas. O produto, utilizado por manifestantes e profissionais da imprensa para evitar os efeitos do gás lacrimogêneo utilizado pela PM, é considerado nocivo pelos policiais. A medida contraria a determinação da Secretaria da Segurança Pública do Estado, que liberou o uso do vinagre em manifestações após pessoas serem presas em São Paulo por carregar o produto.
Responsável pela operação nos dois dias de manifestação em Campinas, o major Euclydes Vieira colocou o condimento no mesmo rol de explosivos e diz que apenas ‘baderneiros’ o utilizam. “As pessoas que vieram para cá com a intenção de se manifestar trouxeram água, lanche. As que vieram com o intuito de badernar trouxeram soco inglês, pedras, vinagre, explosivos”.
A reportagem do G1 flagrou na noite de sexta-feira o momento em que um manifestante de 15 anos foi revistado por policiais. Ao constar que o menor portava vinagre, os policiais apreenderam o produto e, em seguida, o liberaram. Ele não quis conceder entrevista.
“O senhor faça um teste depois com vinagre colocando nos seus olhos. Ele é retirado e depois a pessoa é convidada a se retirar. No contexto em que nós estamos, ele não é um material adequado”, completou o major, ao dizer, sem entrar em detalhes, que o produto é nocivo.
Ao ser questionado se o uso de vinagre era proibido pela PM em Campinas, o oficial ironizou. “Vinagre aonde? Na cozinha? No tempero? Culinária? Não é adequado trazer vinagre [no protesto]”, disse.
'Legalizado'
Procurada pelo G1, a Secretaria da Segurança Pública do Estado informou que o Comando de Policiamento do Interior – 2 (CPI - Campinas) não deu nenhuma ordem para apreensões de vinagre. Apesar da reportagem ter flagrado policiais apreendendo o produto, o CPI disse que nenhuma apreensão foi feita durante as manifestações.
'Legalizado'
Procurada pelo G1, a Secretaria da Segurança Pública do Estado informou que o Comando de Policiamento do Interior – 2 (CPI - Campinas) não deu nenhuma ordem para apreensões de vinagre. Apesar da reportagem ter flagrado policiais apreendendo o produto, o CPI disse que nenhuma apreensão foi feita durante as manifestações.